Pólio e sarampo: crianças de 1 a menos de 5 anos devem ser vacinadas

A campanha nacional de imunização contra pólio e sarampo será realizada de 6 a 31 de agosto.
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Todas as crianças pernambucanas de 1 a menos de 5 anos de idade são convocadas a se vacinar contra pólio e sarampo na campanha nacional programada para o período de 6 a 31 de agosto de 2018. “É um chamado geral para quem já tomou e para quem não tomou as doses”, destaca a coordenadora do Programa de Imunização do Recife, Elizabeth Azoubel. Com isso, Estado e município esperam elevar o índice de cobertura vacinal, que vem diminuindo desde o ano passado.

De janeiro a junho de 2018, a capital pernambucana imunizou 78% do público-alvo para pólio e 76% para sarampo com a vacina tríplice viral, que também protege contra rubéola e caxumba. “O ideal, para evitar a reintrodução do vírus, é manter a cobertura em 95%. Estamos abaixo do percentual e corremos o risco de as doenças reaparecerem. O vírus do sarampo e da pólio não voltam a circular por causa das vacinas”, afirma Elizabeth Azoubel.

Por mais de 16 anos (até 2016), diz ela, a cobertura vacinal no Recife se manteve em torno de 95%. “De 2017 para cá começou a cair e não apenas para pólio e sarampo”, observa. “Os pais da geração de hoje não viram o que a minha geração viu, crianças morrendo de sarampo e com sequelas da pólio”, acrescenta Elizabeth Azoubel, que trabalha em campanhas para erradicação das doenças desde 1980.

O Brasil não registra casos de poliomielite desde 1990 e em 1994 recebeu um certificado de País livre da pólio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), organismo internacional de saúde pública, recorda Elizabeth Azoubel. “Fizemos um trabalho árduo para eliminar a doença e evitar a reintrodução do vírus, isso não pode se perder”, sustenta.

Em Pernambuco, o percentual de crianças protegidas contra pólio e sarampo chegou a 82% em 2017, informa a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, Ana Catarina Melo. “Enquanto tiver um país com casos de pólio precisamos manter a cobertura vacinal alta”, avisa Ana Catarina. Vários fatores levam à baixa procura por vacinas, segundo ela. Um deles seria a mudança da percepção do risco da doença por parte da população.

Prevenção

“As pessoas se perguntam porque tomar a vacina se a doença não existe, mas ela não existe por causa da prevenção, que é a vacina”, esclarece Ana Catarina. De acordo com ela, a pólio ainda está presente no Afeganistão e no Paquistão, dois países asiáticos. E o sarampo persiste na Europa, Estados Unidos e África. Pernambuco teve um surto de sarampo em 2013 e o último caso no Estado foi registrado em março de 2014. “Sem a cobertura ideal há o risco de a doença voltar”.

Correntes contrárias a vacinas também podem contribuir para a redução da imunização contra pólio e sarampo avalia Ana Catarina. Bem como pais que têm pena dos filhos pela quantidade de vacinas injetáveis. “É preciso ter muito cuidado com isso, porque a criança pode morrer. A dor da vacina é infinitamente menor se comparada com o malefício que a doença traz”, frisa.

Na rede pública, um bebê de dois meses toma três vacinas de uma vez, todas injetáveis: pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e haemophilus influenzae), pólio e pneumococo (protege contra pneumonia, meningite, otite). As três doses são repetidas aos quatro meses. E aos seis meses são aplicadas a penta e a pólio. “Se esse calendário não for cumprido a criança não estará protegida”, afirma Ana Catarina, acrescentando que não está faltando vacinas nos postos.

Pediatra na rede pública, Marcello Pontual disse que há mais de 40 anos não atende casos de poliomielite no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip, localizado nos Coelhos, bairro da área central do Recife), onde atua há 53 anos. “Não vejo casos de sarampo no Imip faz mais de 30 anos. A vacinação atualizada é muito importante”, defende Marcello Pontual. A Sociedade Pernambucana de Pediatria convocou os profissionais para ajudar a aumentar a cobertura vacinal contra pólio e sarampo no Estado.


JC

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