Ser mãe na adolescência: a vida transformada e a luta para continuar estudando

Concluir o ensino médio prestes a ter um filho não é uma jornada fácil, mas foi encarada com determinação pelas jovens Geovana e Beatriz.

De repente,mãe. Para homenagear todas as mães da rede estadual de ensino, a Secretaria de Educação do Estado (SEE) vai contar um pouco da história de Geovana e Beatriz, duas adolescentes que se descobriram mães em meio aos estudos, com sonhos para o futuro e se agarraram na força de vontade para não deixar a vida escolar para trás.
A adolescência é quando os sonhos estão todos sendo construídos, quando os hormônios confundem a cabeça, quando já se acha responsável, quando o futuro é visto cheios de esperanças. Mas aí, de repente, a responsabilidade de ser mãe chega. Geovana Yasmim de Santana e Maria Beatriz de Arruda mudaram suas vidas. E essa mudança não excluiu sonhos e desejos de crescer, e, sim, vontade de se readaptarem a sua nova condição e criar ainda mais coragem para seguir.
Geovana tem 16 anos, é estudante do 2º ano do curso de redes da Escola Técnica Estadual (ETE) José Luiz de Mendoça, localizada em Gravatá. Aos 15 anos descobriu sua gravidez, que chegou sem esperar. No início, o que a afligia seriam os olhares dos colegas de classe, a preocupação com o futuro, como ia continuar a estudar com um bebê para tomar conta. Porém, ela superou todos os seus medos e enfrentou os olhares com uma certeza: agora teria mais um motivo para continuar, pelo filho, que dependeria dos estudos dela para ter uma condição de vida melhor.
A jovem seguiu na escola durante toda sua gravidez. O pequeno Otávio nasceu no dia 24 de janeiro de 2018, com sete meses, e aí estava começando mais uma jornada na vida de Geovana, neste momento, iniciando o 2º ano do ensino médio. Contando sempre com o apoio incondicional de sua mãe, ela recebe seu bebê em algumas horas do dia na unidade de ensino para amamentá-lo. Sua mãe, por muitas vezes, fica na escola para esperar a segunda mamada da manhã, já que mora longe e a jovem estuda em horário integral.
“Unir os estudos e a vida de mãe não é fácil, por muitas vezes pensei em desistir, em ter mais tempo para ficar com ele; mas estou aqui não só por mim, quero dá pra ele, para minha mãe e meus irmãos um futuro diferente, quero que eles tenham orgulho de mim, por isso, não vou deixar pra trás meus estudos e ainda sonho em cursar minha faculdade e ser professora um dia”, declara emocionada.
Com Maria Beatriz não foi diferente: aos 17 anos, ela estava entrando em um ano decisivo em sua vida, o 3º ano do ensino médio na Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Jornalista Jader de Andrade, em Timbaúba. Fruto de um relacionamento da infância, chegou Paulo Heitor. Muitas dúvidas cresceram na cabeça da adolescente que estava fazendo cursinho e se preparando para as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Durante a gestação, a jovem passou por momentos complicados, perda de peso, pés inchados, mal estar, tudo que uma gravidez pode proporcionar, mas mesmo tendo que ir às aulas descalças porque os pés não entravam mais nos sapatos, ela seguiu.
Por muitos momentos, Beatriz precisou deixar a aula e seguir para o hospital mais próximo, porém, seus exercícios e resumos de aulas sempre eram enviados pelos seus colegas de sala. No dia 14 de dezembro de 2017, nasceu seu bebê, um dia após o encerramento do ano letivo, que ela concluiu com maestria. “Iniciar o 3º ano grávida não foi fácil, minha maior motivação foi meu filho. Mas confesso que pensei o que seria da minha vida. Ao mesmo tempo, sabia que se eu estava esperando um filho em um ano cheio de decisões para tomar era porque seria capaz, e eu consegui”, fala Beatriz.
Moradora da Zona Rural de Timbaúba, a jovem via que seu futuro estava ali, perto de sua família, então decidiu tentar o curso de Produção Suco Alcooleira na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Logística na Universidade de Pernambuco (UPE), sendo aprovada nas duas. Durante as provas do ENEM, Beatriz se pegou chorando por muitas vezes, já no final da gestação, vendo seu futuro em suas mãos, ela se emocionou.
“Eu estava ali com muita dor nas costelas porque meu bebê era grande demais para meu corpo. Em meio a tantas perguntas das provas me vinha à cabeça quantas pessoas desacreditaram de mim, quantas me apontaram o dedo e disseram que eu não estaria ali, que eu não conseguiria, que minha vida ia parar, mas fui até o fim e consegui”. Em agosto ela inicia o curso de Suco Alcooleiro, área escolhida por ela para continuar na terra em que vive desde que nasceu e criar seu filho com os mesmos valores no qual foi criada.
Nas duas histórias a força de vontade e o sonho de poder proporcionar uma vida melhor para seus filhos prevaleceram e as duas seguem firme em sua jornada de Mãe e Estudante. Para as mamães guerreiras como Beatriz e Geovana e todas as demais mães, um feliz Dia das Mães.

SEE-PE

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