Senador Cristóvam Buarque (PPS-DF) fala sobre reforma do Nível Médio

"Estão pedindo que eu me manifeste, aqui, sobre a reforma do Ensino Médio. Quero muito a contribuição desapaixonada de todos.
Paulo Freire já dizia que a pedagogia deveria ser para a liberdade e conforme o interesse, o gosto do aluno. A ideia de mais disciplinas optativas vai nessa direção. Se tivéssemos obrigado Hegel a ser matemático, era capaz dele não ter conseguido ser um grande filósofo. Se tivéssemos obrigado Einstein a estudar muita geografia, era capaz dele não ter sido um grande físico. Ainda menos pessoas felizes durante seus cursos básicos. Mas se eles não tivessem tido acesso à língua alemã e matemática, tampouco teriam sido filósofo ou físico.
A escola tem de oferecer, sobretudo, todas as disciplinas, mas para ser libertária e atrativa, a escola, notadamente no ensino médio, precisa de uma reforma que a torne atraente para o aluno. Isso exige professor muito bem remunerado, para todos serem motivados, bem preparados. Mas exige também permitir que as crianças escolham o estudo dos temas que lhe interessam, que lhes satisfaçam mais. Tive a sorte de que no meu tempo o ensino médio se dividia: aqueles que preferiam disciplinas voltadas para a ciência iam para o chamado curso Científico, e aqueles que se dirigiam para as letras, buscavam o Clássico.
A atual proposta de reforma vai nessa direção, de respeitar o gosto e a vocação do aluno. Além disso, traz a grande vantagem de valorizar o ensino integral. E isso só é possível se o aluno ficar satisfeito durante todas as horas em que ficar na escola. Senão seria uma prisão em vez de um instrumento de libertação.
Tenho certeza de que muitos dos que preferem as disciplinas técnicas, quando adultos vão estudar artes e filosofia. Este é o meu caso. Fiz o Científico e hoje dedico muito tempo às artes e à filosofia. Precisamos encarar as propostas para a educação na ótica dos alunos.
Além disto, a MP traz duas outras iniciativas esperadas há décadas: formação profissionalizante e mais horas e dias de escolaridade. Ainda não é o passo que o Brasil precisa para ser o que esperamos na educação equivalente de pobres e de ricos; ainda não quebra a desigualdade na qualidade da educação dos pobres e dos ricos. Mas é um avanço no triste quadro que o IDEB mostrou."
Fonte: Blog do Magno

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